2.17.2008

...talvez não devesse revelar isso agora, mas... eu menti.

Eu sou...

Sou aquele que já se arrependeu de algumas ações mesmo que o arrependimento seja algo inútil;
Sou aquele que já pensou estar amando de verdade mesmo que amar seja apenas uma abstração da felicidade;
Sou aquele que se sente feliz quando percebe a sinceridade no sorriso dos amigos mesmo que a sinceridade seja dispensável às vezes;
Sou aquele que se sente triste sempre que nota a indiferença das pessoas mesmo que essas pessoas não signifiquem muito para mim;
Sou aquele que tenta resolver os problemas dos outros mesmo quando estes outros não o querem fazer;
Sou aquele que já viveu momentos especiais com pessoas especiais e depois percebeu que o especial foi ter vivido;
Sou aquele que guarda pessoas grandiosas no coração e que, por isso, sabe que se torna grande por conseguir tal coisa;
Sou aquele que chorou quando um amigo foi embora mesmo que as lágrimas tenham sido metade tristeza metade esperança de um retorno;
Sou aquele que sorriu quando sentiu a paixão renovar a alma mesmo que a paixão tenha sido passageira;
Sou aquele que mergulha nas emoções mesmo quando estas parecem voláteis e, sendo assim, machuca-se alguma vezes;
Sou aquele que se machuca com os tombos da vida mesmo acreditando que é caindo que se aprende;
Sou aquele que sabe que a vida é feita de expectativas e que, portanto, a desistência é sinal de fraqueza;
Sou aquele que se convenceu de que nada é suficiente o bastante para superar um amor terminado do que outro amor;
Sou aquele que compreendeu que o medo só existe até que o deixemos de lado e sigamos em frente;
Sou aquele que teme ter medo e que, dessa forma, por vezes se priva da sensação efemeramente benéfica de se ter medo;
Sou aquele que entendeu, com muito ou pouco esforço, que por mais que se lute, nunca chegamos aonde queremos, não porque realmente não alcançamos o que desejamos, mas porque o ser humano vive para correr atrás de algo que ainda não tem;
Sou aquele que vislumbra sempre o melhor para si mas que, quando ao nível do amor, evolui a um estado próximo da insanidade;
Sou aquele que não amaria, não choraria, não sorriria, não viveria se não existisse alguém para se preocupar;
Sou aquele que sempre procurou nos outros algo que pudesse me completar mesmo sabendo que só me sentiria completo quando não fosse mais eu mesmo;
Sou aquele que precisa viver sempre alternando entre paz de espírito e estresse involuntário, porque é assim que consigo conhecer todos os prismas da minha vida;
Sou aquele que caminha na chuva de olhos fechados e que, por alguns instantes, toca o céu com os pensamentos;
Sou aquele que fecha os olhos à noite imaginando de que forma o dia seguinte será marcado mesmo sabendo que esperar pelo amanhã é tão eficiente quanto não esperar;
Sou aquele que pensa alto mesmo quando a pessoa do lado é uma desconhecida;
Sou aquele que chora por dentro quando as lágrimas secam;
Sou aquele que grita no inconsciente quando não há mais espaço no coração para suportar os maus momentos;
Sou aquele que não vê as horas passarem quando todos ao redor estão entediados;
Sou aquele que ri dos problemas quando não há mais solução plausível;
Sou aquele que cansa todas as vezes que tenta entender a si mesmo;
Sou aquele que odeia ter de esperar demais por algumas coisas mesmo sabendo que a espera é remédio para a pressa;
Sou aquele que vive pensando que pensar atrapalha a vida, que vive sonhando em deixar de sonhar e passar a viver, que vive chorando as mágoas que precisa esquecer, que vive sorrindo dos momentos felizes passados e que precisam ser lembrados...
Enfim, sou aquele que almeja algo que não sabe o que é, mas que tem a nítida impressão de que alguma coisa falta na vida.

JCF - Just a Careful Flyer

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